quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Carta aberta aos movimentos sociais de esquerda em Petrópolis.

Diante uma nova possibilidade de aumento da tarifa do transporte publico em Petrópolis, nós da ARPJ (Aliança Revolucionaria Proletária Jovem) chamamos os verdadeiros movimentos de esquerda a desde já conjuntamente conosco, começarem a travar uma luta pelas seguintes pautas;

Pela recontratação imediata dos cobradores, já sancionada por lei legislativa;

Pela criação de um fundo para viabilizar uma empresa publica e gratuita de transporte;

Pelo passe livre irrestrito para os estudantes;

Pelo passe livre irrestrito nos fins de semana;

Em dezembro e janeiro, nós, em conjunto com demais forças, ocupamos as ruas contra o aumento abusivo da tarifa e pelo fim da dupla função, chegamos até uma histórica ocupação na prefeitura de Petrópolis, dessa vez caso seja necessário não será diferente, a cidade de Petrópolis vive uma crise de transporte publica, em janeiro o aumento para a diretoria das empresas de ônibus foi de 170%, o aumento da tarifa de 17% os ganhos dos empresários são exorbitantes, chegando a quase um milhão de reais, um absurdo se comparado ao salário do trabalhador e o contexto de crise econômica que estamos atravessando, acreditamos que devemos fazer uma frente dos setores combativos, que não participam de nenhum tipo de governo, nem federal, estadual ou municipal, pois só assim as verdadeiras pautas de luta podem se tornar factíveis e não ilusórias.

Fazemos essa chamada as seguintes forças:

União da Juventude Comunista (UJC), Partido Comunista Brasileiro (PCB), Construir PSOL - Petrópolis (Núcleo do PSOL), Coletivo Feminista Maria Só Ria, Coletivo Liberdade, Grêmio Rosa Luxemburgo, Movimento estudantil MV1, aos militantes autônomos da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (ANEL) de Petrópolis e a todos os setores anarquistas da cidade.

Só com a luta podemos barrar um novo aumento, ouvir as demandas populares e buscar conquistar nossas pautas, chamamos aos companheiros dessas instituições, para que façam conosco um ato, visando ocupar a reunião ordinária do COMUTRANS às 19hrs na terça feira dia 08/09.

Com concentração marcada para as 18h da praça da inconfidência e uma plenária dos movimentos após o ato e a reunião do conselho visando assim quais rumos devem ser tomados na nossa luta adiante.

Saudações revolucionarias!


Aliança Revolucionaria Proletária Jovem.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Nota de repudio a ação da PM na aula publica sobre drogas na data 29/08

Nós da ARPJ (Aliança Revolucionaria Proletária Jovem) repudiamos o ocorrido diante da nossa aula pública em conjunto com demais parceiros, na qual houve uma clara tentativa de intimidação por parte da polícia militar em conjunto com a polícia civil. Como de costume, a ARPJ busca realizar aulas públicas em espaços públicos para aproximar jovens, trabalhadores e sociedade civil em torno de um alguma tema crítico e polêmico que gere dúvidas e não seja transmitido de forma clara pela mídia. Então, geralmente, marcamos essas atividades no coreto da Praça da Liberdade. Sempre antes que as atividades comecem, acontece alguma atividade cultural e formulação de faixas. Em outros casos, fizemos vídeos, oficinas, varais de poesias, pintura de crianças, bolas de sabão gigantes com crianças, sempre na tentativa de nos aproximar da população, em geral, e buscar mobilizar pessoas em torno de assuntos importantes para o dia a dia.
Nesse dia 29 de agosto não foi diferente. Nossa aula pública seria sobre “Drogas, uma perspectiva histórica, descriminalização e redução de danos”. Ainda foram apresentados, pelos profissionais que ministravam a aula, alguns dados referentes a guerra as drogas e seus prejuízos. Criamos duas faixas: uma com os dizeres “Descriminalização das drogas; Desmilitarização da vida” e outra que dizia “A policia mata mais que as drogas”. Antes da aula começar tivemos uma belíssima apresentação cultural do grupo I-alpha de break dance. Seguimos, então, as atividades e começamos a aula pública.
Em um momento um rapaz passou, observou o ambiente, fotografou faixas e atividades ao redor, e logo ao lado da praça da liberdade encontrou com um carro de policia civil e outros dois da policia militar. Não demorou muito, para que todos fossem até a praça. Do outro lado da rua se reuniram um total de oito policiais militares e um policial civil. Estes ficaram observando o movimento, enquanto o policial civil fotografa nossas faixas e o movimento ao redor. Poucos minutos depois, dois policiais militares, em conjunto com o policial civil, interromperam a nossa aula pública, na tentativa de intimidar a todos e todas os jovens, trabalhadores e profissionais presentes no evento. Apenas depois de muita conversa eles se retiraram e ainda tiveram a audácia de falar que se preocupavam com a “nossa segurança e integridade”, achando que outras pessoas poderiam repudiar nosso ato, que era e sempre foi pacífico.
Gostaríamos, aqui, de repudiar a tentativa intimidadora desses policiais e lembrar que na quinta feira, dia 27 de agosto, vinte jovens menores de idade foram presos com drogas em operação da policia civil no centro de cultura, o que mostrou que realmente nosso debate se fez mais que necessário. O problema de drogas não pode se resumir em torno de mais segurança, militarização ou cárcere. E sim com a descriminalização das drogas e programas de saúde voltados à redução de danos.
Ressaltamos aos mesmos, que a possibilidade daquelas faixas serem colocadas, hoje, em atividades realizadas em espaços públicos, foi oriunda do fruto de muita luta entre os anos de 1964 e 1985. Luta, essa, que custou a vida de muitos companheiros de organizações que militavam buscando o direito de poder ter voz e se expressar pelo que entendem melhor para o mundo que vivem. Esses anos, foram os da ditadura militar. Os anos de hoje, por mais que ainda existam reacionários que queiram sua volta, são anos de luta por mais participação popular. São os anos de reformulação das políticas públicas e de acreditar e lutar por uma revolução social, que tenha por fim a conquista realmente democrática e popular.
Em um tempo de tanto ódio, qualquer ato de afeto se torna revolucionário. Agradecemos as mais de cinquenta pessoas presentes no evento, ao grupo de dança I-alpha, aos passantes que pararam e puderam também debater conosco e perguntar sobre o evento e nossa militância.
Ninguém fica para trás, a luta continua!

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O trabalhador é um pai, o meu pai.

Meu pai trabalha numa fábrica há quarenta e cinco anos, numa dessas com muitos funcionários. Foi seu primeiro emprego, ele tinha dezessete anos, a idade que eu tenho hoje. O pai dele arranjou o emprego pra ele. O meu pai é pai de três garotos e duas meninas e já perdeu dois amigos, dois pais de três garotos. Meu pai já viu um amigo sendo engolido por uma máquina, e a fábrica deu um certificado de agradecimento pra família, uma família sem pai. 
Pouco depois meu pai quase perdeu o dedo pra mesma máquina, a máquina que matou o amigo dele, e que já sugou toda a inocência e sonhos do garoto de dezessete anos, a idade que eu tenho hoje. Vi meu pai sendo preso a uma máquina a vida toda, e tudo por lucro. Meu pai não recebeu presente do dono da fábrica, e nem é lembrado como pai, muito menos como gente. Meu pai é máquina. Máquina dessas que ficam quarenta e cinco anos sem descanso, sem defeito, mas quase sem dedo.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Outro capítulo na história das Coreias.

   Nos últimos dias do mês de agosto, acompanhamos novamente uma tensão entre as Coreias, porém, dessa vez não foram apenas ameaças como de costume. No dia 04/08 minas terrestres explodiram na fronteira entre as Coreias, deixando dois soldados sul coreanos feridos. O Sul repudiou a ação culpando o Norte, que se esquivou das críticas falando que não existiam provas concretas do Sul, que por sua vez não buscou o diálogo ou ao menos tentar elaborar melhor os fatos, reforçou a segurança na fronteira e religou os alto-falantes que estavam desligados há mais de 11 anos, para pregar uma forte propagando contra o regime norte coreano. Ao mesmo tempo o Sul, em conjunto com seu maior aliado, os Estados Unidos, planejaram manobras militares com artilharia de fogo real, ato veemente repudiado pelo Norte, que prometeu retaliação caso os mesmos ocorressem.
 As manobras militares conjuntas ocorreram no dia 17/08 e incluíram tanques, artilharia, helicópteros de combate e bombardeiros. Essas ações foram o estopim para que as tensões aumentassem. No dia 20/08 o Norte descarregou uma bateria de artilharia nos alto-falantes do Sul, que por sua vez retaliou, disparando projéteis de 155mm, nenhum dos dois lados teve baixas ou feridos. Depois da troca de disparos, o Sul deu ordem de evacuação da zona de fronteira com o norte, e elevou sua preparação militar. Kim Jong-um, por sua vez, ordenou um estado de alerta militar na fronteira, determinando que suas tropas estivessem prontas para o combate, reforçando assim sua força militar. O Norte pediu que o sul retirasse imediatamente as propagandas contra seu regime que eram feitas pelos alto-falantes. No princípio, o Sul se recusou a fazer o que havia sido pedido pelo regime do Norte, porém, em reunião realizada no dia 24/08, ambas as coreias cederam para que não ocorresse um conflito militar. O Norte se desculpará pelas minas que mutilaram dois sul coreanos e o Sul desligará os alto-falantes que fazem propaganda contra o regime norte coreano.
Entendemos que com mais esse capítulo nessa história, nenhum aprendizado tenha sido tomado e apenas mais uma vez a poeira tenha abaixado, porém, não se sabe até quando.
   O que se sabe é que a Coreia do Norte é um país isolado, que sofre diversas sanções políticas e econômicas e que sofre com as pressões militares impostas pelos Estados Unidos e constantes ameaças, além da grande e ampla propaganda contra o regime e o comunismo que é feita pela Coreia do Sul, Japão e EUA. Os dois primeiros, inclusive, protagonizam uma perseguição política aos comunistas, que são duramente reprimidos em seus regimes “democráticos”. A Coreia do Norte, por sua vez, ameaçada e isolada no mapa, desenvolve, para sua segurança, um poderio militar amplo e abrangente, chegando até a dizer já ter conseguido conquistar o poder nuclear. Os norte coreanos, mesmo com poucos recursos, não apenas se desenvolvem armamentistamente, mas também se desenvolvem tecnologicamente, produzindo seus próprios materiais tecnológicos, conseguindo, inclusive, colocar um satélite em órbita no fim do ano de 2012.
 Indo além da tecnologia, a Coréia do Norte também desenvolve muito bem sua arquitetura, basta olhar o maior estádio do mundo, Rungrado May Day, que é localizado em Pyongyang, a capital norte coreano, tendo capacidade para 150.000 espectadores. Outros pontos com uma ótima arquitetura, são o Hotel Ryugyong e aTower of the Juche Idea, portanto, mesmo com todas as sanções, a Coreia do Norte segue sobrevivendo e buscando o desenvolvimento.
    Sabemos que com o fim da URSS em 1991, sabe-se que nos anos seguintes a Coreia do Norte atravessou uma profunda crise, essa superada com muito esforço e resistência do povo norte coreano.
 Os governos burgueses ocidentais quando se referem a Coreia do Norte, usam palavras como “ditador” e/ou "regime autoritário”, mas os mesmos títulos não são usados para os países onde os Estados Unidos mantém relações econômicas e podem lucrar à custa da exploração de suas populações, como os casos de (Emirates, príncipes e absolutistas do Oriente Médio).
Ainda vale dizer que a posição estratégica da Coreia do Norte, localizada próxima à China e Rússia, também serve de incentivo para as ameaças ao regime norte coreano pelos ocidentais.
Alguns detalhes sobre conquistas sociais do Norte que são sempre ocultadas, podem ser ressaltados aqui: 60% da população vive em cidades; 97% da água consumida é tratada e apenas 1% da população sofre com o analfabetismo.

   Acreditamos ainda que existam profundas mudanças na forma de governar que devem ser tomadas para melhorar a vida e autonomia dos trabalhadores norte coreanos, porém, não cabe a nós querer ter pretensões sobre o mesmo país, por isso, repudiamos as ameaças imperialistas destinadas ao povo norte coreano, e declaramos total solidariedade aos seus trabalhadores em busca da sua soberania nacional.  

Resistência.

"Eis que surge a resistência no mundo cinzento, em suas roupas de cimento E aparecem as cores que doce e gentilmente vestem as flores Uma pequena abelha lidera a colmeia contra os encarceradores da pureza da ideia Encancerados, eles mesmos, pelo pesado paletó Sufocados pela gravata azul em seu nobre nó. O cimento só de ver verde fica O coração dá palpite quando palpita E a vida da via que via a ida e a vinda das abelhas Surpreendeu-se ao ver-se surpreender-se Com a vida de ida e vinda das abelhas. É claro que incomodou as aranhas de vãos interesses Seres sem ser, que dão mais valor ao ter e não entendem os dizeres Acontece que a vida de vindas e idas das abelhas Era mais bela que a vida monótona nas luxuosas teias A verdificação cheia de vida se levantava contra as edificações pintadas de cinza Ora, se as flores davam vida às abelhas e não aos senhores Que viviam no cimento com suas teias e corpos podres Como poderiam permitir algo tão perigoso ressurgir? A dona abelha nunca se prendia às teias, e já se mostrara demasiada perigosa Foi aí que o Mais Alto Aranha chamou a pequena abelha para uma formal prosa. Mal sabiam os senhores dos vãos interesses, que a abelha dominava os versos e os dizeres Posso dar-te o amor verdadeiro, dentre todos os falsos, pequenino aventureiro Posso dar-te a imortalidade, dentre todos os animais, para viveres por toda a eternidade Posso dar-te tudo o que desejares, se te esqueceres de tua luta insana lá nos pomares Posso dar-te tudo, se abaixares a arma e o escudo Se te esqueceres das flores que não respondem aos teus senhores. À abelha, que não tinha senhores, as palavras não conseguiram apagar a centelha. Nada possuía, apenas sentia. Nada lhe faltava, pois tudo ao seu redor apenas a completava A abelha à aranha fitava e por instantes de segundo vira sua colmeia por trás do ser que lhe falava Fez-se verso no momento como sempre se fizera E pela primeira vez em muitas primaveras, as flores ressurgiram por todo o planeta, agora tomado de poetas."

Carta do Grêmio Rosa Luxemburgo aos estudantes.

O estudante é muito mais do que um simples aluno dentro de uma instituição de ensino. Ele é quem irá participar ativamente nessa instituição, para torna - la um espaço de melhor convívio, reivindicando sem temer seus ideais em prol de todos que ali estudam. Sendo assim um sujeito ativo na organização e na manutenção do meio secundarista/acadêmico.
O movimento estudantil ao longo da história sempre obteve um grande destaque, ao conquistar mudanças em nível interno de organização e até em nível nacional, somando forças com outros movimentos combativos os estudantes mostraram (e ainda mostram) a capacidade de criticar e lutar por sua ideologia. Atualmente no Brasil observamos uma triste realidade, onde muitas das organizações estudantis, onde muitas organizações estudantis outrora tão combativas, estão submetidas ao interesse dos partidos políticos que detém o governo, esquecendo que são dos estudantes e para os estudantes. O grêmio Rosa Luxemburgo acredita que é possível criar um movimento organizado, que sirva de mecanismo para que os estudantes tenham voz e espaço. Sendo assim independentes de partidos políticos governistas e/ou movimentos corrompidos por esses. Por um movimento organizado combativo e independente na cidade de Petrópolis! Grêmio Rosa Luxemburgo – Colégio Alaor.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Plantando senso critico

A ARPJ vem desenvolvendo trabalhos com a Escola Comunitária Municipal Leonardo Boff, uma escola de pedagogia libertária de período integral da ocupação ás margens da rodovia BR-040 no bairro do contorno, em Petrópolis. Um dos trabalhos desenvolvidos é uma horta orgânica para a escola e para a comunidade. Integrantes da ARPJ vão à escola uma vez por semana usando um tempo da aula à tarde para realizar atividades com as crianças relacionadas à horta. A escola já possui um trabalho bem forte em cima de meio ambiente, o que é admirável. Realizam projetos para o entendimento do solo, da água, fazem visitas às reservas e participam de eventos. As crianças mexem na terra e plantam mudas doadas à escola. Em sala, são trabalhados assuntos como poluição, desmatamento, inseticidas, alimentação, transgênicos, lixo e compostagem.
            No primeiro contato com xs alunxs, as turmas do 3°, 4° e 5° anos foram levadxs à horta para observarem as mudas já plantadas e todos os seres vivos que participam desse ecossistema. Foi explicado a importância de não se usar agrotóxicos e inseticidas industrializados pois o que é pulverizado nas plantas acaba sendo ingerido pelos animais e por nós. Partindo disso, foi feita uma crítica a latifúndios e grandes empresas do agronegócio que exorbitam no uso desses venenos já que seu maior interesse é o lucro e não a saúde ou o bem estar dxs consumidorxs.
            Nesse primeiro contato não houve maior interação das crianças com a horta pois notaram que uma colônia de formigas estava atacando as mudas e, como tarefa de casa, sugerimos que pesquisassem maneiras de solucionar o problema. Uma aluna trouxe na semana seguinte a receita de um repelente de insetos orgânico, que foi feito posteriormente e aplicado. Com a situação das formigas resolvida, foi feito um novo canteiro e as crianças, então, puderam plantar mais mudas que a escola havia recebido como doação. Hoje, há mudas plantadas de alface, rabanete, cebolinha, couve, espinafre e salsa.
            Em sala, falamos sobre alimentos transgênicos e suas consequências socioambientais. Primeiro, como o alimento transgênico é algo recente, não há pesquisas suficientes sobre seus efeitos em longo prazo para x consumidxr. Multinacionais do agronegócio, como a Monsanto (corram pras colinas), estabelecem monopólios com os produtores, pois suas sementes transgênicas só se desenvolvem com o uso do agrotóxico da própria Monsanto. Além disso, ao fazer a colheita, x agricultxr é proibidx de plantar sementes de sua safra, sendo obrigadx a comprar novamente as sementes da multinacional, e portanto o agrotóxico também.
Não acaba por aí. Muitxs pequenxs agricultorxs sofrem com esse ciclo pois, apesar de optarem por sementes naturais, suas plantas são polinizadas por material genético transgênico que vem das grandes plantações próximas. Isso significa que as novas sementes colhidas terão características transgênicas e só se desenvolverão com o uso dos agrotóxicos da empresa. Isso vem acontecendo com plantações de milho de nativxs mexicanxs que estão perdendo suas safras. Como se isso já não fosse dano suficiente, a Monsanto também é responsável por detrimentos severos à saúde dxs trabalhadorxs que têm contato direto com os agrotóxicos (que são de fato bem tóxicos), além dxs filhxs estarem altamente susceptíveis a nascerem com deficiências diversas. Como dito por Vandana Shiva, “Os transgênicos estão atolados em controvérsias pois sua introdução na sociedade é fudamentada na violação da lei, da democracia e da ciência.”

            Esse trabalho, portanto, tem a intenção de mostrar às crianças que nossas ações têm reações, consequências para nós e para o mundo, e que elas podem ser tanto positivas quanto negativas. A importância desse trabalho é de formar pessoas eco e sócio-conscientes com senso crítico e noção das divisões de classe presentes na sociedade.


sexta-feira, 10 de julho de 2015

Petrópolis e o transporte público

CRISE DO SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO

    Em Petrópolis, como na maioria das cidades brasileiras, o modelo de transporte público (MTP) sofre um desgaste. Quando afirmamos que há esse desgaste é devido a observação na realidade objetiva:
       I – O modelo econômico depois da II Guerra baseou-se no sistema financeiro e tal modelo não mais permite o capitalismo se renovar. Inicialmente o capitalismo apresentou-se como uma alternativa histórica para aumentar as forças produtivas da sociedade, no feudalismo a produção era apenas de subsistência, produzindo pouco excedente. No capitalismo uma das características é a produção de mercadorias, ou seja, as forças produtivas do capitalismo permitem produzir mais que do que a sociedade necessita. Na fase do capitalismo financeiro, onde o sistema financeiro determina a produção, os banqueiros concentram um capital móvel tão volumoso e protegido pelo estado burguês que estes podem definir quais ramos da produção 'merecem' ser fomentados. O grande problema do capitalismo financeiro é a concentração de capital de forma a não produzir recursos para sociedade. No capitalismo, o capital, gerado pela exploração do trabalho produtivo, deveria voltar para desenvolver as forças produtivas, mas atualmente o capital acumula-se no sistema financeiro. 
      Por que descrever o capitalismo financeiro para falar de transporte público? Pois no Brasil, o lucro do MTP é idêntico ao modelo imposto pelos bancos. Esse modelo não está baseado na extração de mais-valia dos empregados, mas fundamentado na quantidade de capital acumulado: O banco empresta para uma empresa um montante de capital e recebe desse montante mais um porcentual do mesmo. Mas esse porcentual tem que vir de algum lugar; não é uma ideia, é uma quantidade real, então qual a origem desse percentual? Esse percentual, sim, vem da exploração da mais-valia: Uma indústria pega capital móvel de um banco, transforma-o em capital fixo, comprando meios de produção, matéria prima e pagando mão de obra, assim gera mercadoria e as vende voltando a ter capital móvel, porém em uma forma superior. Mas isso não gera capital per si, o capital é gerado, tomando uma parcela da diferença entre a venda das mercadorias, e os custo para produzi-la (soma dos custos da aquisição dos meios de produção, da matéria-prima e da mão de obra). A diferença é gerada pelo pagamento subestimado da mão de obra, ou seja, há uma parcela da mão de obra (uma quantidade de trabalho utilizada no processo de produção) que deveria voltar para o proletariado, mas fica com os proprietários dos meios de produção. Então, agora tem-se o capital necessário para pagar a parte de capital emprestado mais o percentual que exigido pelos bancos, além da parte necessária para renovar as forças produtivas.
      E o transporte público brasileiro?
   Da mesma forma que o sistema financeiro do MTP busca uma parte da mais-valia gerada no trabalho produtivo. Os capitalistas do sistema de transporte público (STP) recebem no Brasil até 12% do capital investido. Quando é feito o cálculo da tarifa são postos todos os custos da empresa:
  1) todo custo da mão de obra, desde o salário dos motoristas, cobradores e mecânicos, até o pagamento da diretoria da empresa, aqui soma-se os encargos sociais;
 2) matéria-prima (combustíveis, lubrificantes, peças da oficina, pneus, etc.).
 3) depreciação do capital (é posto um percentual do capital - preço dos veículos, máquinas, instalações e equipamentos) na tarifa para que não haja diminuição do capital, pois há depreciação natural no desgaste desse capital fixo;
 4) e, por fim, é posto na tarifa um porcentual de até 12% sobre o valor dos veículos (bilhetagem eletrônica, almoxarifado, máquinas e instalações).
   Com esse modelo não há necessidade do MDT se tornar eficiente (mesmo dentro do capitalismo), pois basta aumentar capital para ter mais lucro. Não é necessária a redução de custos no momento do cálculo tarifário, porém, depois de calculado, ela se faz de modo a precarizar o sistema, demitindo os cobradores e acumulando nos motoristas a dupla função, sem a devida remuneração. Então quanto mais precário o sistema maior é o lucro; quanto menos eficiente o sistema de transporte melhor é para os empresários, pois se houver congestionamentos em que os veículos ficam parados as empresas 'resolvem o problema' colocando mais veículos e assim aumentando o capital investido, consequentemente, maior lucro. Além do fato de que, mesmo que os veículos tenham idade superior a 10 anos (como no caso de Petrópolis), continuam a receber remuneração sobre o capital investido, fazendo com que a frota seja antiga e de péssima qualidade. Então, na faceta usuário, MTP e acúmulo de capital, fica claro o desgaste que o STP apresenta em nível nacional.
   II – Há um aumento significativo no número de greve dos rodoviários, apresentando também o desgaste do STP, porém essa faceta possui outra origem. A origem da faceta “empresa x empregado” é muito mais complexa do que um problema estrutural do MTP. Pois esse desgaste possui uma forte conexão com a crise do modelo econômico. No item I) podemos apresentar algumas características bem específicas do MTP brasileiro, porém as greves não têm origem nesse modelo, e sim bases diretamente ligadas à crise estrutural do capitalismo, que está deflagrada na sociedade como um todo. Claro que as greves sofrem influências do MTP brasileiro, que cria um ambiente em que se evidencia a contradição “usuário x empresa”, e com isso põem em cheque o atual modelo, mas as greves e reivindicações apresentam a crise entre os trabalhadores com os empresários do STP. A precarização dos salários de todos os trabalhadores brasileiros está se evidenciando, não é diferente entre os trabalhadores das empresas de transporte público.



PETRÓPOLIS

   Em Petrópolis não pode ser diferente da maioria das cidades brasileiras, já que o MTP não apresenta diferenças estruturais. Podemos afirmar que, dentro da burocracia burguesa, Petrópolis está à frente de muitas cidades brasileiras, mas isso não significa que o STP petropolitano é melhor. Na cidade, anualmente é apresentado para o Conselho Municipal de Transito e Transporte (COMUTRANS), uma planilha de custos, juntamente com o pedido de reajuste da tarifa, e também a Empresa de trânsito de Petrópolis (CPTrans), faz uma planilha com base nos dados fornecidos pelas empresas (quantidade de passageiros, consumo de combustível, etc.), bem como dados obtidos no mercado (preço dos veículos, preço dos combustíveis). Aqui é um exemplo de que está mais 'à frente' de muitos municípios, pois na maioria das cidades as tais planilhas não existem ou não são divulgadas, ficando apenas com a burocracia estatal-burguesa.
    Nos últimos anos, os valores da tarifa foram reajustados conforme a planilha da CPTrans, mas não podemos ter a ilusão de que ela impõe sua vontade 'técnica' às empresas, pois há um diálogo entre essas duas forças (CPTrans na figura do poder executivo de Petrópolis e os empresários dos transportes públicos) de forma a satisfazer os caprichos da burguesia. 
    Sem análise de peso moral, podemos ver na atuação da CPTrans o caráter de classe do estado (município), pois mesmo havendo um conselho (COMUTRANS), para discutir sobre o reajuste, quem decide de fato são as empresas com o suporte 'técnico' do município (CPTrans), pois os membros do conselho não possuem recursos para verificar de forma profissional a legitimidade das planilhas e nem possuem competência técnica para entendê-las na sua totalidade. 
   O município, com sua expressão explicita de classe, busca fazer do conselho um instrumento para esconder o real poder que a burguesia tem sobre a sociedade. Com a apresentação das planilhas de custo das empresas o conselho com sua fragilidade e incompetência (não pejorativamente, mas na capacidade prática), serve como um meio para atrapalhar a busca real da solução do problema no STP em Petrópolis, serve como um instrumento para dizer que há espaço para sociedade civil organizada participar e decidir, porém de fato é uma ilusão, como toda 'democracia burguesa'. As empresas e o governo possuem um número majoritário de cadeiras no conselho, e como a face do governo é a face da burguesia, a sociedade civil possui pouca expressão. O conselho funciona como uma fumaça, que quando a população de fato se aproxima do problema, sua possibilidade de enxergar fica comprometida, pois a visibilidade fica comprometida pela barreira burocrática. 
    Porém, um fato novo se apresentou: a contradição “usuário x empresa” e “empregado x empresa”, chegou a um ponto insustentável. Culminando na greve de 2014 e nas manifestações em 2014-2015, em relação ao aumento do valor da tarifa, o Estado burguês e as empresas, então como solução ortodoxa e burocrática fizeram um grupo mais reduzido, com participação dos membros do COMUTRANS interessados em 'resolver' o problema. Ou seja, a CPTrans (representando o corpo 'técnico' da burocracia municipal) e os empresários. Agora o mundo é perfeito, a burguesia e o governo podem decidir, pois de fato são quem conhecem a dinâmica do STP em Petrópolis e possuem interesses em comum: manter a ordem capitalista e a governabilidade (não agravar a crise) estrutural e posteriormente levar para o COMUTRANS as resoluções e o conselho, sem possibilidade de compreender o real interesse, aprova as resoluções. 
     Cabe ressaltar que o usuário do STP não o utiliza porque quer, ou considera uma forma otimizada, o faz porque é o meio mais econômico para ele, e como normalmente quem utiliza o STP são trabalhadores, ou a camada mais fragilizada, não há opção. Quem usa, o faz porque precisa, e não por escolha. Como saída para uma crise, o que faz o sistema burguês? Explora quem tem mais fragilidade, os usuários. Pois atualmente o grupo de discussões busca formas de acabar com as 'fraudes', como por exemplo um trabalhador que estuda à noite recebe o direito de utilizar duas passagens por dia e com a bilhetagem eletrônica, notou-se que este usuário utiliza a passagem às 7:00h e às 17:00h, logo esse cidadão está utilizando o vale transporte estudantil para ir e voltar do trabalho e, como a escola é próximo a sua casa, pode ir caminhando sem a necessidade de embarcar num ônibus, esse exemplo foi retardado como uma fraude no sistema, pense o caráter de exploração que está embutido nessa lógica. A solução no sistema burguês sempre é a austeridade. A discussão atual são novas formas de fiscalização para que o sistema de pagamento da tarifa seja menos fraudulento. Esse é o caráter conservador que o capitalismo no nível atual apresenta. 
     Deveríamos buscar formas de diminuir custos e de melhorias na operação com o intuito de aperfeiçoar para o usuário a utilização do transporte público. Uma forma que mesmo sendo reformista, merece ser apresentada é a que deveríamos ter um sistema onde não houvesse catraca, ou seja, não seria pago pelo usuário no momento da utilização. Considero reformista se não destruir as amarras que esse modelo pode apresentar com o capitalismo, pois podemos encontrar uma forma que a contradição “usuário x empresa” seja transferida para “usuário x estado”, fazendo o estado cobrar impostos e depois repassar para empresas, sem de fato abalar as estruturas do capitalismo, pois assim elas continuariam a possuir lucros, mas agora sem os conflitos gerados pela contradição que há ao cobrar a tarifa individualmente; mesmo assim, a proposta é muito válida no sentido de otimizar o processo, diminuindo custos na operação e permitindo que os trabalhadores do STP possam trabalhar menos horas por dia, transferindo os cobradores para a função de motorista, mantendo o número de profissionais e diminuindo o número de horas trabalhadas, mas para que isso aconteça é necessário uma ruptura, aqui há uma postura revolucionária, ou seja, entendemos que é necessário uma nova forma de gestão das empresas, onde a remuneração do capital não tenha como objetivo o acúmulo de capital, mas a aplicação de desenvolvimento das forças produtivas, remunerando melhor os trabalhadores e buscando formas melhores para os usuários. 
    Entendemos que um modelo onde os trabalhadores e a comunidade (usuários) detêm o controle do STP, será de fato a saída para a crise que há atualmente, pois rompe com o item I), buscando formas de atualizar o MTP, de forma a romper com as estruturas advindas da especificidade do transporte público, e do item II), pois busca uma saída para novas formas de organização econômica da sociedade, um modo socialista de se pensar a economia, e as necessidades da população. Pensamos que o controle da empresa não pode estar na mão de quem detêm o capital, mas de quem trabalha, e de quem utiliza o recurso. O controle deve estar na mão do povo

Redução da maioridade penal.

    No dia 30 de junho foi votada na câmara de deputados uma emenda aglutinativa referente à redução da maioridade penal. Nesta oportunidade, movimentos de estudantes e movimentos de esquerda se organizaram para comparecer na “casa do povo” e fazer pressão popular. Houve a votação e a emenda não foi aprovada, pois para que seja feita uma alteração na constituição é necessário mais de 60%, quantidade que não foi alcançada. Foi perceptível que a maioria dos deputados estavam  favoráveis a redução da maioridade penal, mas por que não podemos aceitar essa redução? Vamos comentar um pouco sobre isso para depois apresentar a manobra que o presidente da câmara de deputados, Eduardo Cunha, articulou. A redução da maioridade penal, busca prender um grupo específico da sociedade brasileira, os adolescentes negros e pobres. Pois a juventude que mais sofre com a deficiência do acesso à educação, à cultura e ao lazer é a juventude das periferias, que em maioria são compostas por negros. Os ricos são os ditam para os políticos as regras que eles querem, os poderosos não têm escrúpulos nem compromisso com valores da solidariedade. Suas ideias propõem combater a violência, fruto da miséria humana, com a violência institucionalizada. Isso é tão antigo quanto as sociedades dividas em classes. A mídia onipresente e burguesa no Brasil procura impor a ideia de que o encarceramento é solução para combater a violência, mas quando perguntam a população sua opinião sobre os presídios, não há uma resposta que considere que o sistema carcerário no Brasil seja algo positivo ou recuperador. Então por que prender um adolescente? Temos que criar a partir da realidade as soluções, ou seja, dado que os presídios (reclusão) não alcançam uma alternativa temos que desenvolver outras formas, partindo da ideia de que a juventude que seria encarcerada já é uma juventude que nasce excluída da sociedade capitalista. Achamos então que o investimento em cultura, lazer, educação, profissionalização, podem vir a servir de incentivo à juventude, para que não tenhamos adolescentes com potência de se tornarem vítimas das mazelas da atual sociedade capitalista, ou seja, tornarem-se criminosos. Devemos buscar formas de resolver os problemas de formas objetivas, acabando com o que dá origem a criminalidade, porque a redução da maioridade penal e o encarceramento não são medidas resolutivas, levando em consideração o número de reincidência dos ex-presidiários. É ilusão achar que teremos a diminuição da violência resolvendo o efeito, temos que buscar resolver o gerador da criminalidade. A desigualdade econômica tem uma forte influência. Podemos ver que os países com maior índice de disparidade social são os mesmos que detém o maior índice de criminalidade, portanto nossa luta deve ter como norte uma ofensiva para acabar com a escravidão assalariada em que os ricos nos impõem, não podemos ter a falsa ilusão que dentro do atual modelo, onde os ricos exploram os trabalhadores, encontraremos uma saída advinda dos problemas que os próprios ricos construíram para os trabalhadores, não! É exatamente ao contrário. A redução da maioridade penal não vai diminuir a violência, há países que crianças com 12 anos podem ir para prisões e nesses países os índices são proporcionalmente comparáveis aos índices brasileiros, vale lembrar que o Brasil está entre os cinco países com os maiores números de presos do mundo, o que não diminuiu a violência.
    Voltando a câmara, depois da derrota na primeira votação, o presidente da casa, Eduardo Cunha, utilizou um artifício burocrático que permite votar novamente o texto original, ou seja, ele fez a votação no dia 30 como um termômetro, pois no dia seguinte foi aprovado o texto original. A direita se utilizou da primeira votação para realmente verificar quem eram os partidos que poderiam mudar de posição e assim votar a favor da redução da maioridade penal. Isso aconteceu com 28 deputados. Então entendemos que não podemos confiar nesse Estado burguês, Estado gerenciado pelos ricos, empresários, latifundiários e banqueiros. Nossa construção deve ser na rua, nas fábricas, nas escolas, nas universidades, em todos os espaços de lutas populares, construindo, assim, um verdadeiro bloco organizado para destruirmos o estado nos moldes que ele está. A sociedade só mudará quando não existirem mais esses paradigmas burgueses e classes sociais. Porém acreditamos sim, que devemos de forma imediata combater essa injustiça! A violência social só diminuiu onde se investe tempo e dinheiro na prevenção ao crime, sobretudo na educação, na atenção permanente à juventude, na criação de perspectivas de vida para adolescentes, no engajamento dos jovens nas atividades de construção de uma sociedade justa e equilibrada, numa política de massas focada nas novas gerações e em formas renovadas de convivência na sociedade.

    Por fim, acreditamos que o processo educacional capitalista também deflagra a exorbitante desigualdade social e também devemos remodela-lo, não acreditamos no cárcere como solução, tão menos que a redução pode trazer alguma vantagem à população, achamos sim, que a juventude deve ter espaço a cultura e educação, e que só em outro sistema político, onde as bases sejam o poder popular, pode-se existir oportunidades igualitárias entre todxs, não criamos falsas ilusões no parlamento e nos partidos que lá estão, acreditamos que só uma forte unidade formada pelos setores trabalhadores e de esquerda ocupando as ruas podem barrar a redução. Deixem a juventude solta, deixem a juventude se expressar, deixem a juventude sonhar, que o mundo de amanhã será formado pelos jovens de hoje, e nossos sonhos não serão encarcerados!

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Corrupção

Hoje no Brasil, há uma discussão que coloca o problema de todo do modelo econômico no governo, dizendo que o problema está na corrupção dos gestores do estado. Criando para o senso comum uma explicação suficiente. Esta questão deve ser aprofundada, pois a corrupção realmente é um problema, mas sua origem realmente se encontra na “má conduta” dos gestores ou possuir fundamentos na estrutura econômica? A corrupção não é a doença que deve ser destruída ela é o sintoma. Quando estamos com dor e vamos ao médico este receita um remédio para aliviar a dor, mas depois passa uma bateria de exames para procurar a origem da dor, ou seja, a corrupção surge como o sintoma do capitalismo, a corrupção é fruto do um sistema econômico de classes, pois para manter a estrutura de poder da classe dominante tal classe utiliza-se de meios chamados corruptos, pagando propina para ganhar licitações, para destruir a concorrência, etc. Então não basta defender o fim da corrupção temos que defender o fim do estado de classes, temos que destruir a doença.
Os animais (pois não há outro adjetivo para queles animais que não utilizam a racionalidade) mais convictos em defender que o problema está na corrupção são os liberais. Este ideólogos burgueses pregam (só com pregação, pois tem que ter muita fé pra acreditar em tais falacias) que o livre mercado é capaz de regular e que a corrupção é fruto do estado.
Nos momentos de crises do capitalismo os liberais saem para fora de suas tocas e começam a soltar frases soltas para criticar o estado sem compreender o real papel do estado, o estado não tem por objetivo conciliar as classes, mas criar ferramentas para classe dominante legitime sua posição sem que haja o conflito direto entre as duas classes em contradição (no atual estágio de desenvolvimento das forças produtivas o proletariado e a burguesia). Então como o estado serve de ferramenta para burguesia enfumaçar a luta de classe, não deixando-a evidente, em momento de crise o problema não recai sobre a verdadeira culpada da crise           (burguesia), mas recai sobre o estado. Mesmo estes ideólogos burgueses não querem o fim do estado eles apenas defendem que o estado não interfira nos seus interesses (estado mínimo), mas retirando os fatos da realidade a burguesia necessita do estado mesmo nos momentos de crise, como foi o caso da última crise em 2008 e que perdura até hoje, 2015, pois o estado teve que “dar“ dinheiro para os bancos e grandes empresas, no Brasil, a GM ganho milhões do governo e enviou como lucro para seu paí de origem, USA.
Mas então, os liberais não tem nem a capacidade de tirar da realidade seu objeto de estudo. Eles apenas ACHAM e com achomêtro fazem teorias. Um exemplo que se apresenta na atualidade de que a corrupção não é consequência do estado e sim um sintoma do sistema burguês é a Federação internacional de futebol - FIFA. Na Federação está presente a corrupção e não são com as nações que está tendo o problema de corrupção. A corrupção da FIFA está associada a superfaturamento de estádios, da venda  de direitos de imagem..., ou seja, uma instituição não governamental está envolvida com a corrupção. Além disso outras associações estão envolvidas como é o caso da Confederação Brasileira de Futebol – CBF. A FIFA utilizasse de seu poder internacional como uma grande empresa multinacional para intervir e impor sua vontade, como vimos no caso brasileiro de leis serem aprovadas porque era de interesse econômico da FIFA, um exemplo é a venda de cervejas nos estádios, pois a Heineken é uma das principais patrocinadoras da FIFA.
Vejam a tolice dos liberais em defender um estado mínimo, se uma grande impressa muda as leis de um estado de forma direta e arbitrária, um estado que não tenha autonomia política e econômica sempre continuará refém da grandes empresas (burguesia), impossibilitando a transformação do estado burguês para um estado operário, pois o estado mínimo permitirá que os interesses da burguesia se perpetue. Por tal, a defesa desses ideólogos burgueses deve ser combatida com fervor e convicção revolucionárias de que esse grupo não passa de um bando descomprometido com o interesse dos trabalhadores.

O combate à corrupção deve ser feito observando a realidade, a corrupção  surge como uma consequência do pensamento individualista que coloca que cada um deve ser melhor que as pessoas a sua volta, pois isso o tornaria realizado, vitorioso na vida. Tendo mais dinheiro implica que tu é mais vitorioso, culminando em atos corruptos. No atual estágio de organização da burguesia a corrupção não é mais uma característica apenas de nível pessoal é sistêmica, está engendrada na forma de organização burguesa para manutenção do poder das empresas (lobby). Temos que combater a corrupção em todos os níveis pessoal e nas organizações, mas sempre consciente que só poderemos “acabar” com a corrupção quando os operários estiverem no poder do Estado construindo novas formas de organização proletária, acabando com os vícios burgueses e pequeno-burgueses existentes na atual sociedade.     

Sobre o estado contemporâneo.

  Sobre o estado contemporâneo .
O estado contemporâneo é um organismo extremamente repressivo, que, diante de nossos olhos, executa jovens negros nas comunidades do Brasil, que prende varejistas da venda de drogas e se alia aos grandes barões do tráfico, o mesmo que reprime movimentos sociais e prende os militantes que lutam por um mundo melhor. Cotidianamente o estado se faz presente em nossas vidas, seja nos privando de qualquer tipo de liberdade, individual ou coletiva, que afete suas normas, que tem uma logística de defender uma classe: a burguesia, ou seja, se esquivando de suas obrigações, não respeitando os direitos básicos os quais o povo não só merece, mas tem direito. Para manter o capitalismo nessa logica atual, foi necessário o estado fazer variadas PPPs¹. Dessa maneira, prejudica-se cada vez mais a vida do trabalhador, aumentando os lucros empresariais e fazendo com que as crises apenas afetem as camadas mais vulneráveis da população, defendendo os aliados da classe patronal e permitindo que monopolizem a economia. O estado investe em tecnologia, não em prol da população, mas com claras tentativas de alienação do povo, inovando cada vez mais em materiais de consumo, uma nova tv, um novo celular, e nos fazendo acreditar em suas falácias de que esses são bens necessários para vivermos, instaurando uma sociedade em que, através das propagandas, nos obriga a consumir. Uma nova artimanha usada com mais perspicácia nesse estado contemporâneo é o jogo eleitoral: aproximar de você o máximo possível o futuro representante do estado durante o período de eleições parlamentares e executivas, na tentativa de fazer-nos crer que somos próximos do estado pelo ultra democratismo, e pela opção de nos representarmos a partir de uma escolha nossa. Porém, a contradição logo se esboça no período pós-eleitoral, quando tudo volta à normalidade e o estado vai se afastando cada vez mais e mais do povo e de suas necessidades essenciais, demonstrando o administrador do estado capitalista apenas como uma caricatura, que possui as peças do tabuleiro, que são movidas pelos financiadores de sua campanha.
O estado contemporâneo do século XXI segue a perspectiva da ideia do regime para Lênin em "O estado e a revolução" um aparelho que deixa nítida a inconciliação entre as classes sociais, servindo para controlar os antagonismos entre estas, usando da burocracia e do militarismo para defender a que detém o poder do estado, a burguesia. O governo inova em alguns sentidos, contudo continua o mesmo, utilizando de suas velhas cartas marcadas: forças armadas e prisões. Portanto quem recorre à violência, buscando a ruptura com o mesmo, é apartado e duramente agredido pelo aparato armado, quem desrespeitar as leis de favorecimento burguês é enclausurado em uma jaula. Pior ainda: em um sistema carcerário que nitidamente é precarizado e abandonado pelo aparelho estatal, os estadistas do poder brandam possuir a solução para tal problema, “privatização dos presídios”. Esquece-se que a responsabilidade das prisões é desses mesmos senhores e presídios não podem ser negócios para obtenção de lucros financeiros, nem podem ser mais humanizados. Presídios devem ser destruídos, pondo em prática um processo sócio educativo totalmente estatal para uma verdadeira reinserção social dos presos. Afinal, todo preso é um preso político.
O estado - como dito nos parágrafos anteriores, se inovou -, continua sendo, portanto, o mesmo que Lênin descreveu. Por conseguinte, os meios de sua tomada serão pela revolta do povo, apenas, destruindo as mediações entre estado x população, administradas pelos gestores burgueses do estado, tomando assim, o poder dele e colocando-o na mão dos trabalhadores. Poderemos ter um estado realmente democrático, justo o qual, cotidianamente, se preocupe com sua população.
A ideologia burguesa infringe a leis constantemente e desacata qualquer tipo de direito humano. Essa ideologia é hoje a dominante, se infiltra até mesmo em nossa cultura popular, lucrando com esta. Basta analisarmos o objetivo hoje do samba e do funk. Se não para uma politica inovada - embora ainda assim de pão e circo -, dando lucro aos investidores e patrocinadores na mesma cultura, a qual já foi do povo, e exercia um belíssimo papel de resistência, essa ideologia é a dominante hoje no estado. Só entendendo que as contradições vistas do todo, estão não apenas em particularidades do estado, mas interiorizadas em pequenas parcelas estatais e exteriorizadas entre o grotesco abismo entre as classes sociais.
Crer na revolução é algo totalmente belo e louvável, mas entender as contradições e o funcionamento do estado é o primeiro passo. É crucial para podermos, enfim, buscar a total eliminação dos paradigmas da sociedade burguesa, derrubando-a, e, assim, construindo e fortalecendo o estado operário, como libertação do povo das amarras as quais o estado contemporâneo criou. 
Os parlamentaristas nos dirão: “não se revoltem”, “não façam atentados”, “não usem da violência”. Por fim: “usem do voto”. Entretanto, o voto apenas serve para manter a ideologia burguesa dominante no poder do estado. Devemos quebrar essas barreiras e construir um estado do povo para o povo e pelo povo. Dessa forma imensurável será nossa vitória, construída dia após dia. Não nos abateremos, não acreditaremos nas falácias burguesas e nas conspirações pequeno burguesas, de deturpadores do marxismo. O estado não tem um intermédio de reformas e a ideologia burguesa não é dialogável. Somente a ruptura total com esses paradigmas pode nos garantir a vitória do poder popular. O estado contemporâneo modificou-se, mas nós também, aprenderemos com os erros cometidos no passado, para que assim possamos criar esse novo mundo, livre das classes sociais e de todos os tipos de opressão. Venceremos!

quinta-feira, 19 de março de 2015

Sobre o tal patriotismo.

Orgulho e honra nacionais trazem junto de si um sentimento de separação de tudo aquilo que não é nacional, ou verde e amarelo... Mas uma novidade: nem o futebol é patriota. Para se ter algo de um lado, é necessário tirar do outro, a balança universal sempre cobrará o equilíbrio. Em nome do país destroçamos o Paraguai, em nome do país, matamos os pobres que só servem para "atrasar" a ordem e o progresso... Em nome do país se fazem tantas coisas absurdas, mas que são justificadas pelo tal "amor a pátria" ou, quem sabe, "bem maior". Isso não tem nada a ver com torcer pra um determinado país em um determinado campeonato, ou pelo menos não era pra ter... A merda toda é que convencem¬ nos desde pequenos, que devemos amar nosso país acima de tudo. Mas o que é o país, senão um pedaço de território conquistado através da morte de seus habitantes, muitas vezes obrigados a lutar por uma causa que nem acreditam? Daí esse sentimento gerar coisas absurdas, como confundir futebol com a vida real, ou achar que ganhar ou perder uma copa simboliza algo da nação além de uma fantasia... Torci pro Brasil, não na esperança de ganhar ou ser melhor, mas apenas porque é o que me resta fazer num sociedade onde pra ser aceito e ter assunto é manjar de futebol ¬ ou qualquer coisa que sirva como espetáculo social. O Hino é lindo, todos eles são. A bandeira e seu significado é lindo, todas elas são. Mas acima de tudo, o mundo é lindo e, essa separação ilusória, causada por uma linha imaginária que cerca uma porção de terra e a chama de país, um dia vai acabar ¬ ou pelo menos me forço a acreditar nisso. E o Brasil que, ironicamente simboliza a união de todos os povos, se sente humilhado por perder em sua suposta especialidade. Outra novidade: a especialidade do Brasil não é futebol, acho que agora está mais claro. A nossa especialidade é ser o Brasil, país de fronteira, país que congrega o sangue do mundo inteiro em seus habitantes. País que é símbolo do que está por vir, ainda que com seus problemas internos. Não pelo amor à pátria, mas pelo amor a representação da união que, um dia quem sabe, faça¬se entender pelo amor à existência de todos, brasileiros, alemães, mexicanos, argentinos... Porque, acima de tudo, ainda somos humanos. E quando não mais existirem países que se digladiam quer seja em uma copa, quer seja em uma guerra, ainda seremos humanos

Evolução: A politica universal.

Cada indivíduo é um ser diferente do seu próximo dentro dos limites que o permitem, a própria natureza, de ser. Cada indivíduo tem condições de fazer escolhas mediante ao que a condição de sua liberdade o permite e, assim, formar o seu próprio caráter e personalidade. Mas isso não exclui, de forma alguma, a universalidade das necessidades dos indivíduos em comum, e logo, não extingue a possibilidade da participação politica conjunta com um mesmo objetivo em comum. Assim como a fome, a sede e o sono são necessidades fisiológicas tanto para os mais extrovertidos como para os mais introvertidos, a necessidade de autonomia política faz parte do mesmo conjunto de necessidades, essa última, exclusivamente humana. Insistem porém em nos alimentar com soro, quando somos capazes de preparar o nosso próprio alimento; induzem¬ nos ao sono forçado quando sabemos muito bem a hora de dormir e acordar; renegam¬ nos a água, enquanto sabemos exatamente como chegar aos mananciais; nos oferecem o sufrágio universal enquanto podemos ter a felicidade de nos governar! Jamais na história precisamos tão pouco de "avanços significativos" quanto precisamos tanto de uma revolução armada. Nunca necessitamos tanto da ajuda de nós mesmos como quando fomos boicotados pelos nossos próximos. Que tenhamos menos Lulas e mais Luizes, Joãos e Marias, que construamos com as próprias mãos os nossos caminhos e vias para a felicidade. A Revolução é a nossa felicidade!

As raízes do Racismo no Brasil

    Como se deve saber, para avaliarmos mais a fundo o racismo brasileiro devemos lembrar sobre os tempos de escravismo, onde negros vinham a partir de navios negreiros servir a colônia e produzir recursos a Portugal, que eram propriedade privada dos senhores. Já diria Marx: “É a primeira forma de propriedade que, ademais, corresponde perfeitamente a definição dos modernos economistas, segundo a qual é o direito a dispor da mão de obra de outros.” (A ideologia alemã, montevidéu 1958, p. 32). Nesse prisma, vamos procurar sintetizar ao máximo essa parte histórica, aqui vamos ver o abolicionismo. Sobre essas questões é bom ressaltar que a campanha que culminou a abolição da escravidão foi de certa maneira a primeira mobilização a encontrar adeptos de todas as camadas da sociedade brasileira naquela época. Além disso, outra questão que deve ser vista é que após a abolição não houve iniciativa, incentivo ou preparo para integramos os negros no novo processo de trabalho, o assalariado. Esta é uma história de tragédias, injúrias raciais que causaram dor, descaso publico e muitas vezes mortes, uma chaga racista que infelizmente o Brasil carrega até os dias de hoje. No início do século XIX, o café impulsionou a economia brasileira. Após a abolição da escravatura, o governo brasileiro incentivou a vinda de imigrantes com mão de obra qualificada para as lavouras de café, assim, milhares de europeus chegavam por ano buscando melhores condições de trabalho e vida do que encontravam na Europa. O problema é que, com o trabalho assalariado, negros perderam espaço na sociedade brasileira e, paralelamente, o capitalismo começava a se mostrar na economia: mais exportação e produção de café, mais imigrantes vindo, menos negros nos pólos de trabalho, nos centros das cidades. Os negros, então, começaram a procurar moradias em lugares distantes dos centro, morando e construindo em morros (atuais favelas), eles tinham que fazer um trabalho semiescravo ganhando apenas o básico para sua subsistência. Ao mesmo tempo, o Brasil sofria um processo de embranquecimento, deixando os negros por sua vez formarem um enorme exército de mão de obra reserva e ainda sem nenhuma força política. Talvez para explicar melhor essa parte histórica essa frase de Florestan Fernandes se faça válida até os dias atuais: “A preocupação pelo destino do escravo se mantivera em foco enquanto se ligou a ele o futuro da lavoura. Ela aparece nos vários projetos que visaram regular, legalmente, a transição do trabalho escravo para o trabalho livre, desde 1823 até a assinatura da Lei Áurea. (...) Com a Abolição pura e simples, porém, a atenção dos senhores se volta especialmente para seus próprios interesses. (...) A posição do negro no sistema de trabalho e sua integração à ordem social deixam de ser matéria política. Era fatal que isso sucedesse”. Mantendo o contexto de totalidade, na atual conjuntura, os laços desse embranquecimento dos séculos XIX e XX custam até hoje, diversos casos de racismo são vistos. As estatísticas mostram claramente que a maioria de jovens que são mortos são negros, a maioria da população carcerária é negra, os moradores e mortos nas favelas são em maioria negra pois reflexos do passado que nos artodoam até os dias atuais. Por isso, se faz, mais do que nunca, necessária uma luta de igualdade racial, que seja ligada contra esse racismo, que reinvidique, sim, o espaço para lutas populares de movimentos negros, para que não continuemos com essas ideias reacionárias, para que, sim, possamos erguer os punhos em prol dos movimentos e das minorias que sofrem essas atrocidades, que também possamos levantar nossas mãos em favor das cotas, sim, cotas agora e enquanto forem necessárias! Não esqueceremos o passado, para que a partir dele possamos construir um novo mundo, livre dos erros que cometemos! Nós, da Aliança revolucionaria proletária jovem, repudiamos qualquer tipo de preconceito e lutaremos ao que estiver em nosso alcance para conscientizar as massas e eliminar de todas as formas o preconceito