quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Rolezinho ARPJ pelo banco de sangue do Hospital Santa Teresa



Evento com o objetivo claro de aumentar a quantidade de doação de sangue em nossa cidade.

A mobilização que trará o sucesso dessa campanha.

Convide seus amigos sua participação é fundamental.

#doevida #doesangue

SÃO PAULO: https://www.facebook.com/events/801977709817733
RIO DE JANEIRO:https://www.facebook.com/events/693653724002740
2º Rolezinho no Hemorio: www.facebook.com/events/568001923294586

• REQUISITOS BÁSICOS PARA DOAR SANGUE

- Portar documento oficial de identidade com foto (identidade, carteira de trabalho certificado de reservista ou carteira do conselho profissional)
- Estar bem de saúde
- Ter entre 16 (*) e 68 anos (incompletos) – (*) jovens com 16 e 17 anos podem doar com autorização dos pais e / ou responsáveis legais.
- Pesar no mínimo 50 Kg
- Não estar em jejum. Evitar apenas alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação

• ALGUMAS SITUAÇÕES QUE IMPEDEM PROVISORIAMENTE A DOAÇÃO DE SANGUE:

- Febre - acima de 37°C
- Gripe ou resfriado
- Gravidez atual (90 dias após o parto normal e de 180 dias após a cesariana)
- Amamentação (até 1 ano após o parto)
- Uso de alguns medicamentos
- Anemia
- Cirurgias
- Extração dentária 72 horas
- Tatuagem: 01 ano sem doar
- Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina
- Transfusão de sangue: impedimento por 01 ano

EM TOTAL APOIO AOS MOVIMENTOS SOCIAIS DO RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO!

Endereço: 



Rua Paulino Afonso 477Petrópolis


SÁBADO DIA 1 DE FEVEREIRO A PARTIR DE 11 HORAS

Sobre o "Rolezinho"

É claro a todos que tenham um nível mínimo de intelecto aceitável, que o preconceito está enraizado na cultura do povo brasileiro. E me sentindo um pouco audacioso para dizer, o preconceito está enraizado em toda a cultura da humanidade, e vivemos a séculos e mais séculos, talvez desde que o mundo seja mundo e o homem seja homem, em uma eterna briga para a evolução da humanidade e dissiparmos tal retrocesso.


Porém, um fato tem me chamado a atenção nesses últimos dias. Os agora famosos "rolezinhos" que ganharam toda atenção e olhares da mídia.

Mas o que realmente me fez parar para analisar o assunto e ainda mais vir a escrever tal texto sobre o mesmo, foi a reação das pessoas, ao expressarem suas opiniões e divergências sobre o "rolezinho".

O que eu vejo na maioria e chega a ser cômico, são as formas pejorativas como tratam do assunto, todos são contra e alegam a falta de segurança, medo, etc, de uma forma que tentam camuflar o que está realmente por trás de sua repudia ao evento.

Pois bem, de forma rápida e fria, vamos pensar no que é o "rolezinho".

No final de 2013, um grupo de jovens, pobres e favelados, em uma grande incidência de negros e funkeros, decidiram marcar pelo facebook, um evento aberto, que acabou por atrair centenas de jovens, também pobres e favelados, em uma grande incidência de negros e funkeros, que consistia em um "encontrão" em um shopping na grande São Paulo. O que era para ser uma tarde de lazer, encontro com os amigos, bate papo com pessoas novas, paqueras e etc, acabou culminando em uma intensa repressão por parte da segurança e polícia, o que levou ao crescimento do evento, que hoje se espalham por diversos shoppings em diversas cidades do Brasil e também aumentando o índice de repressão e a força que a ela fora empregada.

É fato claro que os Shoppings são locais para consumismo e lazer da classe burguesa. Pontos de conforto e segurança, onde pessoas, no geral com poder aquisitivo mais elevado, costumam frequentar nas horas de diversão. Mas é claro também, que a classe frequentante de tais pontos comerciais, esta acostumada a receber em seu meio pessoas de classes mais baixas e até agradecem por isso. Afinal, são eles que estão ali para fazer a segurança, concretizar a venda de produtos e mercadorias (na maioria das vezes inúteis), limpar o chão por onde pisam xs burguesxs, manterem higienizados os banheiros públicos, servirem suas mesas nas praças de alimentação, entre outras tarefas que lhes são empregadas. Mas daí a aceitar, que em seu meio de lazer, compartilhar o mesmo espaço com estas pessoas?

Então não sabem esses jovens pobres, pretos e favelados que os shoppings são locais destinados apenas aos representantes das altas classes sociais, seus familiares e amigos? Não sabem, então, esses jovens pobres, pretos e favelados que a eles, a diversão que lhes foi concedida, o seu espaço e seus mundos, referem-se apenas as pequenas praças, quadras velhas e destruídas pelo tempo e as ruas das próprias favelas e morros onde moram? Que ilusão pensar que pessoas de classes menos elevadas, possuem realmente direito a lazer, além da pelada (futebol) de rua, a música sem qualidade e as rodinhas de conversa com pessoas do mesmo nível cultural.

Pobre então não tem a liberdade de ir e vir onde quiser?

Não! E graças ao bom deus, o mesmo que muitxs desses burguesxs são tementes, que existe uma grande arma de repressão no poder daqueles que possuem quantidades significativas de dinheiro, a policia. Sempre ágil e obstinada em utilizar-se da força bruta para escorraçar aqueles seres inferiores (pobres, pretos e favelados), que ousaram a penetrar o santuário dos brancos, ricos e moradores de bairros nobres, mostrando a eles qual seu verdadeiro lugar e papel nesta vida.

Daí por diante, a questão se torna muito mais complexa do que um simples "rolezinho" entre amigos.

Estamos falando de política, de humanidade, de repressão e de revolta. Quando um pobre, preto e favelado, não se conforma com a mendigaria que lhe sobra, dada a todo custo pelas classes "superiores", e resolve enxergar que é seu direito estar em qualquer local público, seja ele destinado a que classe for e divertir-se da maneira que achar mais saudável e agradável, mesmo que esta não seja a esperada a ele.

E de repente a mídia explode em suas belas palavras preferidas para se referir aqueles que se opões a esse sistema absurdo, que massacra, discrimina, humilha, expulsa e marginaliza: Vândalos, baderneiros, terroristas, bandidos, arruaceiros. E não se importa que de fato, aqueles jovens apenas queriam estar naquele lugar, se divertindo como acham mais agradável, utilizando-se do espaço destinado ao lazer dxs burguesxs para seu próprio lazer. Fugir de suas, muitas vezes duras, realidades, para viver um dia de sonho, onde eles também fazem parte dessa alta sociedade.

Sendo assim, podemos concluir que o tal do "rolezinho" é um grito por lazer de jovens que são esquecidos pela sociedade. Lembrados apenas quando a taça ficou vazia e é necessário que o garçom lhe traga mais um pouco de bebida ou quando os burguesxs se deparam com sujeira e necessitam de alguém para limpar.

Agora, ameaçados em seus mundinhos perfeitos, aqueles que vivem em classes mais elevadas, temem atos de vandalismo, roubo e baderna por parte desses jovens subalternos.

Pois é, vandalismo não pode, mas chamar a polícia para expulsar jovens de um determinado lugar só por que estes jovens são pobres pretos e favelados pode?

Roubar um produto é proibido, claro. Mas espancar jovens que nada de mau estão a fazer, roubar-lhes a dignidade, a humanidade, oprimi-los, marginaliza-los e escorraça-los é direito concedido para aqueles que muito tem e para os homens da lei.

E se houve realmente algum roubo, quem é que rouba mais de quem no final das contas?

Estamos falando de vidas, seres humanos, que pouco ou nenhum direito podem possuir. Pessoas que muitas vezes são privadas de sonhar e ainda mais privadas de concretizarem seus sonhos. Pessoas que vivem com o constante desejo consumista, normal do ser humano, e que poucas vezes poderão concretiza-los, devido a falta de oportunidades que tal sistema lhes oferece, mantendo-os na vida que desde sempre foram destinados, para que outros achem mais graça em suas próprias vidas repletas de luxos e realizações.

Então que haja realmente para essas pessoas, um pouco mais de justiça e direitos nos seus ditos "rolezinhos". Que tenham o direito de estarem onde desejam estar e que lhes seja concedido o real direito de ir e vir de qualquer lugar que almejam.

E se a baderna, o caos e o vandalismo imperarem nesses momentos, que sejam aplaudidos por demonstrarem indignação ao estilo de vida que foram obrigados a viver.

Não é vandalismo, é fúria!

E para os jovens que comparecerão aos próximos rolezinhos, têm meu respeito, apoio e admiração, pois estamos juntos na construção de um mundo melhor, mais justo e que de maneira nenhuma discrimine pessoas por sua condição financeira, cor ou moradia.

Todos unidos e sempre iguais!
Força Guerreirxs!