Nos últimos dias do mês de agosto,
acompanhamos novamente uma tensão entre as Coreias, porém, dessa vez não foram
apenas ameaças como de costume. No dia 04/08 minas terrestres explodiram na
fronteira entre as Coreias, deixando dois soldados sul coreanos feridos. O Sul
repudiou a ação culpando o Norte, que se esquivou das críticas falando que não
existiam provas concretas do Sul, que por sua vez não buscou o diálogo ou ao
menos tentar elaborar melhor os fatos, reforçou a segurança na fronteira e
religou os alto-falantes que estavam desligados há mais de 11 anos, para pregar
uma forte propagando contra o regime norte coreano. Ao mesmo tempo o Sul, em
conjunto com seu maior aliado, os Estados Unidos, planejaram manobras militares
com artilharia de fogo real, ato veemente repudiado pelo Norte, que prometeu
retaliação caso os mesmos ocorressem.
As manobras militares conjuntas ocorreram no
dia 17/08 e incluíram tanques, artilharia, helicópteros de combate e
bombardeiros. Essas ações foram o estopim para que as tensões aumentassem. No
dia 20/08 o Norte descarregou uma bateria de artilharia nos alto-falantes do
Sul, que por sua vez retaliou, disparando projéteis de 155mm, nenhum dos dois
lados teve baixas ou feridos. Depois da troca de disparos, o Sul deu ordem de
evacuação da zona de fronteira com o norte, e elevou sua preparação militar.
Kim Jong-um, por sua vez, ordenou um estado de alerta militar na fronteira,
determinando que suas tropas estivessem prontas para o combate, reforçando assim
sua força militar. O Norte pediu que o sul retirasse imediatamente as
propagandas contra seu regime que eram feitas pelos alto-falantes. No
princípio, o Sul se recusou a fazer o que havia sido pedido pelo regime do
Norte, porém, em reunião realizada no dia 24/08, ambas as coreias cederam para
que não ocorresse um conflito militar. O Norte se desculpará pelas minas que
mutilaram dois sul coreanos e o Sul desligará os alto-falantes que fazem
propaganda contra o regime norte coreano.
Entendemos que com mais esse capítulo nessa
história, nenhum aprendizado tenha sido tomado e apenas mais uma vez a poeira
tenha abaixado, porém, não se sabe até quando.
O que se sabe é que a Coreia do Norte é um
país isolado, que sofre diversas sanções políticas e econômicas e que sofre com
as pressões militares impostas pelos Estados Unidos e constantes ameaças, além
da grande e ampla propaganda contra o regime e o comunismo que é feita pela
Coreia do Sul, Japão e EUA. Os dois primeiros, inclusive, protagonizam uma
perseguição política aos comunistas, que são duramente reprimidos em seus
regimes “democráticos”. A Coreia do Norte, por sua vez, ameaçada e isolada no
mapa, desenvolve, para sua segurança, um poderio militar amplo e abrangente,
chegando até a dizer já ter conseguido conquistar o poder nuclear. Os norte
coreanos, mesmo com poucos recursos, não apenas se desenvolvem armamentistamente,
mas também se desenvolvem tecnologicamente, produzindo seus próprios materiais
tecnológicos, conseguindo, inclusive, colocar um satélite em órbita no fim do
ano de 2012.
Indo além da tecnologia, a Coréia do Norte
também desenvolve muito bem sua arquitetura, basta olhar o maior estádio do
mundo, Rungrado May Day, que é localizado em Pyongyang, a capital norte
coreano, tendo capacidade para 150.000 espectadores. Outros pontos com uma
ótima arquitetura, são o Hotel Ryugyong e aTower of the Juche Idea, portanto,
mesmo com todas as sanções, a Coreia do Norte segue sobrevivendo e buscando o
desenvolvimento.
Sabemos
que com o fim da URSS em 1991, sabe-se que nos anos seguintes a Coreia do Norte
atravessou uma profunda crise, essa superada com muito esforço e resistência do
povo norte coreano.
Os
governos burgueses ocidentais quando se referem a Coreia do Norte, usam
palavras como “ditador” e/ou "regime autoritário”, mas os mesmos títulos
não são usados para os países onde os Estados Unidos mantém relações econômicas
e podem lucrar à custa da exploração de suas populações, como os casos de
(Emirates, príncipes e absolutistas do Oriente Médio).
Ainda vale dizer que a posição estratégica da
Coreia do Norte, localizada próxima à China e Rússia, também serve de incentivo
para as ameaças ao regime norte coreano pelos ocidentais.
Alguns detalhes sobre conquistas sociais do
Norte que são sempre ocultadas, podem ser ressaltados aqui: 60% da população
vive em cidades; 97% da água consumida é tratada e apenas 1% da população sofre
com o analfabetismo.
Acreditamos ainda que existam profundas
mudanças na forma de governar que devem ser tomadas para melhorar a vida e
autonomia dos trabalhadores norte coreanos, porém, não cabe a nós querer ter
pretensões sobre o mesmo país, por isso, repudiamos as ameaças imperialistas
destinadas ao povo norte coreano, e declaramos total solidariedade aos seus
trabalhadores em busca da sua soberania nacional.