terça-feira, 1 de setembro de 2015

Nota de repudio a ação da PM na aula publica sobre drogas na data 29/08

Nós da ARPJ (Aliança Revolucionaria Proletária Jovem) repudiamos o ocorrido diante da nossa aula pública em conjunto com demais parceiros, na qual houve uma clara tentativa de intimidação por parte da polícia militar em conjunto com a polícia civil. Como de costume, a ARPJ busca realizar aulas públicas em espaços públicos para aproximar jovens, trabalhadores e sociedade civil em torno de um alguma tema crítico e polêmico que gere dúvidas e não seja transmitido de forma clara pela mídia. Então, geralmente, marcamos essas atividades no coreto da Praça da Liberdade. Sempre antes que as atividades comecem, acontece alguma atividade cultural e formulação de faixas. Em outros casos, fizemos vídeos, oficinas, varais de poesias, pintura de crianças, bolas de sabão gigantes com crianças, sempre na tentativa de nos aproximar da população, em geral, e buscar mobilizar pessoas em torno de assuntos importantes para o dia a dia.
Nesse dia 29 de agosto não foi diferente. Nossa aula pública seria sobre “Drogas, uma perspectiva histórica, descriminalização e redução de danos”. Ainda foram apresentados, pelos profissionais que ministravam a aula, alguns dados referentes a guerra as drogas e seus prejuízos. Criamos duas faixas: uma com os dizeres “Descriminalização das drogas; Desmilitarização da vida” e outra que dizia “A policia mata mais que as drogas”. Antes da aula começar tivemos uma belíssima apresentação cultural do grupo I-alpha de break dance. Seguimos, então, as atividades e começamos a aula pública.
Em um momento um rapaz passou, observou o ambiente, fotografou faixas e atividades ao redor, e logo ao lado da praça da liberdade encontrou com um carro de policia civil e outros dois da policia militar. Não demorou muito, para que todos fossem até a praça. Do outro lado da rua se reuniram um total de oito policiais militares e um policial civil. Estes ficaram observando o movimento, enquanto o policial civil fotografa nossas faixas e o movimento ao redor. Poucos minutos depois, dois policiais militares, em conjunto com o policial civil, interromperam a nossa aula pública, na tentativa de intimidar a todos e todas os jovens, trabalhadores e profissionais presentes no evento. Apenas depois de muita conversa eles se retiraram e ainda tiveram a audácia de falar que se preocupavam com a “nossa segurança e integridade”, achando que outras pessoas poderiam repudiar nosso ato, que era e sempre foi pacífico.
Gostaríamos, aqui, de repudiar a tentativa intimidadora desses policiais e lembrar que na quinta feira, dia 27 de agosto, vinte jovens menores de idade foram presos com drogas em operação da policia civil no centro de cultura, o que mostrou que realmente nosso debate se fez mais que necessário. O problema de drogas não pode se resumir em torno de mais segurança, militarização ou cárcere. E sim com a descriminalização das drogas e programas de saúde voltados à redução de danos.
Ressaltamos aos mesmos, que a possibilidade daquelas faixas serem colocadas, hoje, em atividades realizadas em espaços públicos, foi oriunda do fruto de muita luta entre os anos de 1964 e 1985. Luta, essa, que custou a vida de muitos companheiros de organizações que militavam buscando o direito de poder ter voz e se expressar pelo que entendem melhor para o mundo que vivem. Esses anos, foram os da ditadura militar. Os anos de hoje, por mais que ainda existam reacionários que queiram sua volta, são anos de luta por mais participação popular. São os anos de reformulação das políticas públicas e de acreditar e lutar por uma revolução social, que tenha por fim a conquista realmente democrática e popular.
Em um tempo de tanto ódio, qualquer ato de afeto se torna revolucionário. Agradecemos as mais de cinquenta pessoas presentes no evento, ao grupo de dança I-alpha, aos passantes que pararam e puderam também debater conosco e perguntar sobre o evento e nossa militância.
Ninguém fica para trás, a luta continua!

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