sexta-feira, 3 de julho de 2015

Sobre o estado contemporâneo.

  Sobre o estado contemporâneo .
O estado contemporâneo é um organismo extremamente repressivo, que, diante de nossos olhos, executa jovens negros nas comunidades do Brasil, que prende varejistas da venda de drogas e se alia aos grandes barões do tráfico, o mesmo que reprime movimentos sociais e prende os militantes que lutam por um mundo melhor. Cotidianamente o estado se faz presente em nossas vidas, seja nos privando de qualquer tipo de liberdade, individual ou coletiva, que afete suas normas, que tem uma logística de defender uma classe: a burguesia, ou seja, se esquivando de suas obrigações, não respeitando os direitos básicos os quais o povo não só merece, mas tem direito. Para manter o capitalismo nessa logica atual, foi necessário o estado fazer variadas PPPs¹. Dessa maneira, prejudica-se cada vez mais a vida do trabalhador, aumentando os lucros empresariais e fazendo com que as crises apenas afetem as camadas mais vulneráveis da população, defendendo os aliados da classe patronal e permitindo que monopolizem a economia. O estado investe em tecnologia, não em prol da população, mas com claras tentativas de alienação do povo, inovando cada vez mais em materiais de consumo, uma nova tv, um novo celular, e nos fazendo acreditar em suas falácias de que esses são bens necessários para vivermos, instaurando uma sociedade em que, através das propagandas, nos obriga a consumir. Uma nova artimanha usada com mais perspicácia nesse estado contemporâneo é o jogo eleitoral: aproximar de você o máximo possível o futuro representante do estado durante o período de eleições parlamentares e executivas, na tentativa de fazer-nos crer que somos próximos do estado pelo ultra democratismo, e pela opção de nos representarmos a partir de uma escolha nossa. Porém, a contradição logo se esboça no período pós-eleitoral, quando tudo volta à normalidade e o estado vai se afastando cada vez mais e mais do povo e de suas necessidades essenciais, demonstrando o administrador do estado capitalista apenas como uma caricatura, que possui as peças do tabuleiro, que são movidas pelos financiadores de sua campanha.
O estado contemporâneo do século XXI segue a perspectiva da ideia do regime para Lênin em "O estado e a revolução" um aparelho que deixa nítida a inconciliação entre as classes sociais, servindo para controlar os antagonismos entre estas, usando da burocracia e do militarismo para defender a que detém o poder do estado, a burguesia. O governo inova em alguns sentidos, contudo continua o mesmo, utilizando de suas velhas cartas marcadas: forças armadas e prisões. Portanto quem recorre à violência, buscando a ruptura com o mesmo, é apartado e duramente agredido pelo aparato armado, quem desrespeitar as leis de favorecimento burguês é enclausurado em uma jaula. Pior ainda: em um sistema carcerário que nitidamente é precarizado e abandonado pelo aparelho estatal, os estadistas do poder brandam possuir a solução para tal problema, “privatização dos presídios”. Esquece-se que a responsabilidade das prisões é desses mesmos senhores e presídios não podem ser negócios para obtenção de lucros financeiros, nem podem ser mais humanizados. Presídios devem ser destruídos, pondo em prática um processo sócio educativo totalmente estatal para uma verdadeira reinserção social dos presos. Afinal, todo preso é um preso político.
O estado - como dito nos parágrafos anteriores, se inovou -, continua sendo, portanto, o mesmo que Lênin descreveu. Por conseguinte, os meios de sua tomada serão pela revolta do povo, apenas, destruindo as mediações entre estado x população, administradas pelos gestores burgueses do estado, tomando assim, o poder dele e colocando-o na mão dos trabalhadores. Poderemos ter um estado realmente democrático, justo o qual, cotidianamente, se preocupe com sua população.
A ideologia burguesa infringe a leis constantemente e desacata qualquer tipo de direito humano. Essa ideologia é hoje a dominante, se infiltra até mesmo em nossa cultura popular, lucrando com esta. Basta analisarmos o objetivo hoje do samba e do funk. Se não para uma politica inovada - embora ainda assim de pão e circo -, dando lucro aos investidores e patrocinadores na mesma cultura, a qual já foi do povo, e exercia um belíssimo papel de resistência, essa ideologia é a dominante hoje no estado. Só entendendo que as contradições vistas do todo, estão não apenas em particularidades do estado, mas interiorizadas em pequenas parcelas estatais e exteriorizadas entre o grotesco abismo entre as classes sociais.
Crer na revolução é algo totalmente belo e louvável, mas entender as contradições e o funcionamento do estado é o primeiro passo. É crucial para podermos, enfim, buscar a total eliminação dos paradigmas da sociedade burguesa, derrubando-a, e, assim, construindo e fortalecendo o estado operário, como libertação do povo das amarras as quais o estado contemporâneo criou. 
Os parlamentaristas nos dirão: “não se revoltem”, “não façam atentados”, “não usem da violência”. Por fim: “usem do voto”. Entretanto, o voto apenas serve para manter a ideologia burguesa dominante no poder do estado. Devemos quebrar essas barreiras e construir um estado do povo para o povo e pelo povo. Dessa forma imensurável será nossa vitória, construída dia após dia. Não nos abateremos, não acreditaremos nas falácias burguesas e nas conspirações pequeno burguesas, de deturpadores do marxismo. O estado não tem um intermédio de reformas e a ideologia burguesa não é dialogável. Somente a ruptura total com esses paradigmas pode nos garantir a vitória do poder popular. O estado contemporâneo modificou-se, mas nós também, aprenderemos com os erros cometidos no passado, para que assim possamos criar esse novo mundo, livre das classes sociais e de todos os tipos de opressão. Venceremos!

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