quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Outro capítulo na história das Coreias.

   Nos últimos dias do mês de agosto, acompanhamos novamente uma tensão entre as Coreias, porém, dessa vez não foram apenas ameaças como de costume. No dia 04/08 minas terrestres explodiram na fronteira entre as Coreias, deixando dois soldados sul coreanos feridos. O Sul repudiou a ação culpando o Norte, que se esquivou das críticas falando que não existiam provas concretas do Sul, que por sua vez não buscou o diálogo ou ao menos tentar elaborar melhor os fatos, reforçou a segurança na fronteira e religou os alto-falantes que estavam desligados há mais de 11 anos, para pregar uma forte propagando contra o regime norte coreano. Ao mesmo tempo o Sul, em conjunto com seu maior aliado, os Estados Unidos, planejaram manobras militares com artilharia de fogo real, ato veemente repudiado pelo Norte, que prometeu retaliação caso os mesmos ocorressem.
 As manobras militares conjuntas ocorreram no dia 17/08 e incluíram tanques, artilharia, helicópteros de combate e bombardeiros. Essas ações foram o estopim para que as tensões aumentassem. No dia 20/08 o Norte descarregou uma bateria de artilharia nos alto-falantes do Sul, que por sua vez retaliou, disparando projéteis de 155mm, nenhum dos dois lados teve baixas ou feridos. Depois da troca de disparos, o Sul deu ordem de evacuação da zona de fronteira com o norte, e elevou sua preparação militar. Kim Jong-um, por sua vez, ordenou um estado de alerta militar na fronteira, determinando que suas tropas estivessem prontas para o combate, reforçando assim sua força militar. O Norte pediu que o sul retirasse imediatamente as propagandas contra seu regime que eram feitas pelos alto-falantes. No princípio, o Sul se recusou a fazer o que havia sido pedido pelo regime do Norte, porém, em reunião realizada no dia 24/08, ambas as coreias cederam para que não ocorresse um conflito militar. O Norte se desculpará pelas minas que mutilaram dois sul coreanos e o Sul desligará os alto-falantes que fazem propaganda contra o regime norte coreano.
Entendemos que com mais esse capítulo nessa história, nenhum aprendizado tenha sido tomado e apenas mais uma vez a poeira tenha abaixado, porém, não se sabe até quando.
   O que se sabe é que a Coreia do Norte é um país isolado, que sofre diversas sanções políticas e econômicas e que sofre com as pressões militares impostas pelos Estados Unidos e constantes ameaças, além da grande e ampla propaganda contra o regime e o comunismo que é feita pela Coreia do Sul, Japão e EUA. Os dois primeiros, inclusive, protagonizam uma perseguição política aos comunistas, que são duramente reprimidos em seus regimes “democráticos”. A Coreia do Norte, por sua vez, ameaçada e isolada no mapa, desenvolve, para sua segurança, um poderio militar amplo e abrangente, chegando até a dizer já ter conseguido conquistar o poder nuclear. Os norte coreanos, mesmo com poucos recursos, não apenas se desenvolvem armamentistamente, mas também se desenvolvem tecnologicamente, produzindo seus próprios materiais tecnológicos, conseguindo, inclusive, colocar um satélite em órbita no fim do ano de 2012.
 Indo além da tecnologia, a Coréia do Norte também desenvolve muito bem sua arquitetura, basta olhar o maior estádio do mundo, Rungrado May Day, que é localizado em Pyongyang, a capital norte coreano, tendo capacidade para 150.000 espectadores. Outros pontos com uma ótima arquitetura, são o Hotel Ryugyong e aTower of the Juche Idea, portanto, mesmo com todas as sanções, a Coreia do Norte segue sobrevivendo e buscando o desenvolvimento.
    Sabemos que com o fim da URSS em 1991, sabe-se que nos anos seguintes a Coreia do Norte atravessou uma profunda crise, essa superada com muito esforço e resistência do povo norte coreano.
 Os governos burgueses ocidentais quando se referem a Coreia do Norte, usam palavras como “ditador” e/ou "regime autoritário”, mas os mesmos títulos não são usados para os países onde os Estados Unidos mantém relações econômicas e podem lucrar à custa da exploração de suas populações, como os casos de (Emirates, príncipes e absolutistas do Oriente Médio).
Ainda vale dizer que a posição estratégica da Coreia do Norte, localizada próxima à China e Rússia, também serve de incentivo para as ameaças ao regime norte coreano pelos ocidentais.
Alguns detalhes sobre conquistas sociais do Norte que são sempre ocultadas, podem ser ressaltados aqui: 60% da população vive em cidades; 97% da água consumida é tratada e apenas 1% da população sofre com o analfabetismo.

   Acreditamos ainda que existam profundas mudanças na forma de governar que devem ser tomadas para melhorar a vida e autonomia dos trabalhadores norte coreanos, porém, não cabe a nós querer ter pretensões sobre o mesmo país, por isso, repudiamos as ameaças imperialistas destinadas ao povo norte coreano, e declaramos total solidariedade aos seus trabalhadores em busca da sua soberania nacional.  

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