quinta-feira, 19 de março de 2015

Sobre o tal patriotismo.

Orgulho e honra nacionais trazem junto de si um sentimento de separação de tudo aquilo que não é nacional, ou verde e amarelo... Mas uma novidade: nem o futebol é patriota. Para se ter algo de um lado, é necessário tirar do outro, a balança universal sempre cobrará o equilíbrio. Em nome do país destroçamos o Paraguai, em nome do país, matamos os pobres que só servem para "atrasar" a ordem e o progresso... Em nome do país se fazem tantas coisas absurdas, mas que são justificadas pelo tal "amor a pátria" ou, quem sabe, "bem maior". Isso não tem nada a ver com torcer pra um determinado país em um determinado campeonato, ou pelo menos não era pra ter... A merda toda é que convencem¬ nos desde pequenos, que devemos amar nosso país acima de tudo. Mas o que é o país, senão um pedaço de território conquistado através da morte de seus habitantes, muitas vezes obrigados a lutar por uma causa que nem acreditam? Daí esse sentimento gerar coisas absurdas, como confundir futebol com a vida real, ou achar que ganhar ou perder uma copa simboliza algo da nação além de uma fantasia... Torci pro Brasil, não na esperança de ganhar ou ser melhor, mas apenas porque é o que me resta fazer num sociedade onde pra ser aceito e ter assunto é manjar de futebol ¬ ou qualquer coisa que sirva como espetáculo social. O Hino é lindo, todos eles são. A bandeira e seu significado é lindo, todas elas são. Mas acima de tudo, o mundo é lindo e, essa separação ilusória, causada por uma linha imaginária que cerca uma porção de terra e a chama de país, um dia vai acabar ¬ ou pelo menos me forço a acreditar nisso. E o Brasil que, ironicamente simboliza a união de todos os povos, se sente humilhado por perder em sua suposta especialidade. Outra novidade: a especialidade do Brasil não é futebol, acho que agora está mais claro. A nossa especialidade é ser o Brasil, país de fronteira, país que congrega o sangue do mundo inteiro em seus habitantes. País que é símbolo do que está por vir, ainda que com seus problemas internos. Não pelo amor à pátria, mas pelo amor a representação da união que, um dia quem sabe, faça¬se entender pelo amor à existência de todos, brasileiros, alemães, mexicanos, argentinos... Porque, acima de tudo, ainda somos humanos. E quando não mais existirem países que se digladiam quer seja em uma copa, quer seja em uma guerra, ainda seremos humanos

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