quinta-feira, 19 de março de 2015
As raízes do Racismo no Brasil
Como
se deve saber, para avaliarmos mais a fundo o racismo brasileiro devemos
lembrar sobre os tempos de escravismo, onde negros vinham a partir de navios
negreiros servir a colônia e produzir recursos a Portugal, que eram propriedade
privada dos senhores. Já diria Marx: “É a primeira forma de propriedade que,
ademais, corresponde perfeitamente a definição dos modernos economistas,
segundo a qual é o direito a dispor da mão de obra de outros.” (A ideologia
alemã, montevidéu 1958, p. 32). Nesse prisma, vamos procurar sintetizar ao
máximo essa parte histórica, aqui vamos ver o abolicionismo. Sobre essas
questões é bom ressaltar que a campanha que culminou a abolição da escravidão
foi de certa maneira a primeira mobilização a encontrar adeptos de todas as camadas
da sociedade brasileira naquela época. Além disso, outra questão que deve ser
vista é que após a abolição não houve iniciativa, incentivo ou preparo para
integramos os negros no novo processo de trabalho, o assalariado. Esta é uma
história de tragédias, injúrias raciais que causaram dor, descaso publico e
muitas vezes mortes, uma chaga racista que infelizmente o Brasil carrega até os
dias de hoje. No início do século XIX, o café impulsionou a economia
brasileira. Após a abolição da escravatura, o governo brasileiro incentivou a
vinda de imigrantes com mão de obra qualificada para as lavouras de café,
assim, milhares de europeus chegavam por ano buscando melhores condições de
trabalho e vida do que encontravam na Europa. O problema é que, com o trabalho assalariado,
negros perderam espaço na sociedade brasileira e, paralelamente, o capitalismo
começava a se mostrar na economia: mais exportação e produção de café, mais
imigrantes vindo, menos negros nos pólos de trabalho, nos centros das cidades.
Os negros, então, começaram a procurar moradias em lugares distantes dos
centro, morando e construindo em morros (atuais favelas), eles tinham que fazer
um trabalho semiescravo ganhando apenas o básico para sua subsistência. Ao
mesmo tempo, o Brasil sofria um processo de embranquecimento, deixando os
negros por sua vez formarem um enorme exército de mão de obra reserva e ainda
sem nenhuma força política. Talvez para explicar melhor essa parte histórica
essa frase de Florestan Fernandes se faça válida até os dias atuais: “A
preocupação pelo destino do escravo se mantivera em foco enquanto se ligou a
ele o futuro da lavoura. Ela aparece nos vários projetos que visaram regular,
legalmente, a transição do trabalho escravo para o trabalho livre, desde 1823
até a assinatura da Lei Áurea. (...) Com a Abolição pura e simples, porém, a
atenção dos senhores se volta especialmente para seus próprios interesses.
(...) A posição do negro no sistema de trabalho e sua integração à ordem social
deixam de ser matéria política. Era fatal que isso sucedesse”. Mantendo o
contexto de totalidade, na atual conjuntura, os laços desse embranquecimento
dos séculos XIX e XX custam até hoje, diversos casos de racismo são vistos. As
estatísticas mostram claramente que a maioria de jovens que são mortos são
negros, a maioria da população carcerária é negra, os moradores e mortos nas
favelas são em maioria negra pois reflexos do passado que nos artodoam até os
dias atuais. Por isso, se faz, mais do que nunca, necessária uma luta de
igualdade racial, que seja ligada contra esse racismo, que reinvidique, sim, o
espaço para lutas populares de movimentos negros, para que não continuemos com
essas ideias reacionárias, para que, sim, possamos erguer os punhos em prol dos
movimentos e das minorias que sofrem essas atrocidades, que também possamos
levantar nossas mãos em favor das cotas, sim, cotas agora e enquanto forem
necessárias! Não esqueceremos o passado, para que a partir dele possamos
construir um novo mundo, livre dos erros que cometemos! Nós, da Aliança
revolucionaria proletária jovem, repudiamos qualquer tipo de preconceito e
lutaremos ao que estiver em nosso alcance para conscientizar as massas e
eliminar de todas as formas o preconceito
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