terça-feira, 14 de outubro de 2014

Nossas barricadas

  Materializando ideias novas, ouvindo um Chico renovando meu espírito de luta, adaptado ao mundo que vivo, não mais. Estereótipos de beleza e padrões de marca já não mais fazem efeito sobre mim, penso intensamente em o que sou nesse sistema se não um leve objeto mercantil (sim, mercantil) e um objeto dos próprios objetos não tem direito a não ser fazer o que foram comprados para fazer, e onde nos enquadramos nesse parâmetro? Simples, como meros objetos, somos dominados pela classe que detém os meios de produção, sendo um objeto por nossa vez, temos duas escolhas, ou vivemos ao mercê da miséria maior, ou vendemos nossas vidas a prazo para quem interesse a compra. Esse sistema que faz você esquecer os sonhos de juventude, que te tira simples amores por não poder se deslocar do padrão de normalidade burguês, um mistério é como seus amigos somem, opção? Talvez seja apenas a necessidade de trabalho e que os tempos não batam para que possa haver encontros, quantas mentiras são contadas para que possamos manter nossa mascara nesse sistema? Quando olhamos ao espelho nem nós mesmos nos reconhecemos. Quem somos nós dentro de nós? Se é que isso importa para a sociedade, pelo o contrario! O sistema tenta lhe impor que você não é nada por dentro e que por fora deve ser moldado por ele.
  O tempo foge da luta ou a luta foge do tempo? Difícil de pensar fica a reflexão, temos medo de morrer ou de não sermos notados dentro desse sistema falido? Ou talvez apenas tenhamos medo de morrer sem sermos notados no sistema. Igualdade é uma palavra difícil para os filhotes viúvos da ditadura em todos os sentidos, imaginem os negrxs frequentando nossas universidades? As mulheres tendo autonomia para decidirem o que querem para elas, os jovens se unindo em peso, sim jovens porque os mais velhos são jovens mais experientes, com mais vivencia, devemos por obrigação retirar o status de ‘velhos’, nos unimos e afetamos o sistema, a ponto de acordarmos em 1964 com prisões arbitrarias, mas convenhamos companheirxs a quem incomodou nossa voz? Será que tiramos nossas etiquetas ou fomos objetos devolvidos pelo sistema? E junto reivindicamos nosso direito principal, aquele que jamais ofuscaremos. O de ser LIVRE, liberdade a não ser de mercado, incomoda os burgueses. Imagina se deixarmos de produzir material de venda para outros objetos do sistema para observamos o canto dos pássaros?  Incoerência seria se dissermos a palavra felicidade no sistema, mais uma pequena observação, essa palavra existe de fato ou agora também está a venda?  Fica a duvida, se eles querem nos tirar os mínimos e pequenos detalhes que tem valor enorme para nós, a felicidade fica a mercê do capital, e hoje é vendida, como notebooks, celulares super tecnológicos e TVs curvas em 3D. Por isso devemos mais do que erguer os punhos a luta, por as mãos a massa e erguer nossas barricadas, barricadas de resistência, barricadas que dizem NÃO, NÃO MAIS. Queremos espaço, é a nossa vez! A barricada não só nós prepara para uma defesa em caso de combate, mas uma barricada lotada de amor, carinho e que os pequenos gestos fraternos de solidariedade ali façam que a felicidade volte, essa barricada na nossa vida já está sendo construída, diariamente, ela que retirou nossos rótulos e ganâncias desnecessários, nos deu um ambicioso desejo de esperança por um mundo melhor, o nome dessa barricada, é nossa MILITANCIA. E quando se milita por um mundo melhor quebrando todos os rótulos e passando por todos os desafios do capitalismo, temos sim motivos de erguer a voz e dizer, sim, somos felizes, vivemos bem! E não, não queremos entrar nesse sistema que deteriora milhões de vidas, obrigado. Construiremos o novo, e o novo já nasce através de nós caros amigos!

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